Tens perfume e beleza,
misticismo e espinho,
és presente na realeza,
no barraco mais mesquinho,
no bem bom, ou na tristeza,
no final, ou a caminho.
És presente nas lembranças
e eventos sociais,
na dor e desesperanças,
nos enterros dos mortais
que, sem fé nas alianças,
se despedem dos seus pais.
Azul, branca, cor-de-rosa,
amarela e vermelha,
preta, roxa ou lilás...
exacerbas a centelha
que acende as paixões
e conquista corações,
como prima, sem parelha.
És a flor dos amantes depravados,
de vassalos e muitos coronéis,
das ilustres madames infiéis,
e, por fim, de quaisquer apaixonados.
Os reis e intocáveis principados,
quando vítimas das suas fraquezas,
fazem de ti regalos de nobrezas,
como fazem os falsos sacerdotes,
que resvalam e traem os seus dotes
dando vida às suas espertezas.
Rosas, são rosas, nelas jaz perfumes,
cuja essência do néctar das paixões,
exasperam ingênuos corações
no calor dos programas, em negrumes,
quando fazem das suas ilusões
o vil êxtase que reflui ciúmes.
Rosas são rosas, são todas iguais,
são distintas espécies multicores,
provocando paixões, sonhos, amores
com as suas belezas surreais,
mas, ante os teus encantos sedutores,
Rosa, rosas são flores, nada mais!
PFA
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