O amor é atemporal

Tu enfatizas o hoje, apenas?

Nada comentas sobre o passado,

não há nada que valha ser lembrando,

sejam momentos áureos ou de penas?

E quanto ao que inda há de vir,

quais são tuas reais perspectivas,

afinal poderão ser decisivas

cada uma das notas do porvir.

Se passado, presente ou futuro,

a existência soa a enduro

onde cada instante é igual

e pode ser sublime ou fatal,

o hoje é apenas um hiato

que interliga um a outro ato.

PFA/

A tua ousadia

Ontem a noite, quando nos beijávamos,

senti, como jamais, tua voragem;

num gesto de raríssima coragem

realizaste tudo que sonhávamos.

Indiferente aos muitos passantes,

cobriste-me de beijos e carícias

enlouquecendo-me com as delícias

 das tuas mil loucuras excitantes.

Sem reservas, e nenhum temor,

exteriorizavas com teus gestos

clara explicitude de amor,

porém, no clímax do rala e rola,

coagido por gritos e protestos,

acordo e tem fim nossa marola.

PFA/

Desespero

Escute e preste bem atenção

ao eco do que diz meu coração,

ele parece que pirou de vez

e explodiu em vil insensatez!

– Não posso mais conter esta paixão,

me cansei de viver na solidão

carpindo minha vã estupidez,

chega de senões, chega de talvez!

Sim ou não? Em suas mãos escolher

ficar comigo ou me esquecer,

a decisão compete a você;

já fiz de tudo mas você não vê

o quanto é difícil esperar

por quem não se decide a voltar.

PFA/ 

Dia do amigo irmão

Os matizes de uma amizade

transcendem à cor da fraternidade

que resulta de laços consanguíneos

formados por compostos mistilíneos;

seus colores, em feixes retilíneos,

iluminam redutos curvilíneos

desfazendo as sombras da maldade

tão comuns à venal sociedade.

No dia dedicado aos amigos,

quer atuais, futuros ou antigos,

trago-lhes lírios e rosas vermelhas

representando as cárdias centelhas

que fluem dos jardins da gratidão

onde amigo é mais que irmão.

PFA/

Parabéns Pedro Sérgio

PARABÉNS PRA VOCÊ - filho amado -,
NESTA DATA - por seus pares - QUERIDA,
MUITAS FELICIDADES - respaldado
por - MUITOS - joviais - ANOS DE VIDA.

És parte da dileta construção

que ao longo da vida edifiquei

firmada no pilar do coração

e que, sem acepções, eu sempre amei.

Sou grato a ti pelos descendentes

que, ao se consumar minha partida,

hão de perenizar minhas sementes.

Pedro eu, Pedro tu e Pedro Neto,

Pedro Filho, Cecília querida,

um conjunto perfeito e completo.

PFA/

Parabéns poeta Pacas

O Pacas não me convidou
para ir à sua festa,

parece que me detesta,

porém nunca se revelou!

Ele jamais me detratou,

sempre foi mui prestimoso

e bastante respeitoso,

mas eu estou magoado.

Pacas, pra ser perdoado,

só com um bolo gostoso!

PFA/

As nossas noites

         

Suave é a vida, se contigo,

há na sublimidade do teu riso

a essência do néctar que preciso

e das vãs fantasias que persigo.

Na seleta memória do meu ciso
a nossa existência tem abrigo
conciliando novo e antigo
registrados num átomo conciso.

Nossas noites são êxtases eternos
com sublimes delícias provocadas
pelos teus beijos e abraços ternos.

Suave é a vida dos amantes
que, embora em camas separadas,
a mente une seus corpos distantes.

PFA

Falando de elisões

Eu não pretendo impor

as regras das elisões

ao meu prezado leitor

nas diversas regiões.

O poeta tem opção

mas não pode exigir

do seu leitor a noção

das regras pra elidir.

Nas mais diversas culturas
era preciso expor
as elisões em molduras
para cada um leitor.

Culturas regionais
unem numa elisão
duas, três, quatro... vogais
pra fazer a escanção.

Elisão e formalismo
de regra que se compõe
mas o regionalismo
sobre ela se impõe.

Cada cabeça um mundo,
cada poeta um gosto,
tenho receio profundo
de tudo que é imposto.

Apenas para trocarmos ideias, se você discorda da escanção do verso abaixo, faça a sua e justifique os porquês, exceto o da conveniência para atender à métrica pretendida ou à linguagem coloquial.

"Se/ eu/ e/ a/ a/mi/ga/ es/cri/to/ra"

Eis algumas dicas para ajudar:

PFA/

TÉCNICAS DE REALIZAÇÃO DE UM VERSO QUE PODEM
CONFUNDIR NOSSA CONTAGEM DAS SÍLABAS POÉICAS...

https://www.recantodasletras.com.br › teorialiteraria

"A escansão de um verso não é uma tarefa muito simples, em versos, principalmente onde os encontros vocálicos aparecem. O poeta pode valer-se de diferentes técnicas do fazer poético para aclimatar seu verso ao número de sílabas e o ritmo por ele desejado. Então, ao utilizar essas técnicas, ele chega à métrica e ao ritmo desejados."

Cada poeta uma sentença. (Grifo de minha autoria. PFA)

Então, para se resolver a escansão com precisão é bom se valer dos detalhes da vida de cada poeta:

a) localização geográfica do poeta (onde ele nasceu e onde ele mora/morou):
b)tempo histórico (Século em que viveu o poeta):
c) escola literária do poeta. Ex. Barroco, Romantismo, Parnasianismo, Modernismo, etc.
d) influências literárias do poeta e opções particulares. (Um poeta pode escrever poemas no estilo barroco e viver no nosso tempo. Pode, também, por necessidade do momento manter ou não a técnica habitualmente utilizada para a construção do seu verso).

Estes cuidados garantem a correta pronúncia de cada verso, pois, como a língua é dinâmica, a pronúncia dos encontros vocálicos se modifica com o tempo, com o lugar geográfico; e ainda, sabemos que influências literárias podem intervir na construção de um verso."

Dia do poeta

(Trovas sem elisões)

I

Dia vinte de outubro,
brinda-me, ó linda flor,

com o teu sorriso rubro
e néctar do teu amor!

II

Poeta e sonhador

que tem a alma repleta

das loucuras de amor

que só se vê em poeta.

III

Poeta, um lindo sonho

que tento realizar

mas os versos que componho
teimam em me derribar.

IV
Poeta, um simples ser
que vive em outras vidas
o que não pode viver
nas próprias horas vividas.

V
Poeta é escultor
que emoldura a paz,
a tristeza e a dor
em cada verso que faz.

VI

Poeta, lâmina d'água

que reflete pensamentos

do coração que deságua

nos mares dos sentimentos.

VII

Ser poeta é viver

a sentimentalidade

do que sente outro ser,

com toda intensidade.

VIII

Poeta é um pintor

que dá cor à natureza

matizando, com amor,

sua excelsa beleza.

IX

Poeta, um falastrão
que ousa falar de tudo
quando a melhor opção
seria manter-se mudo.

X

Que nos ponham em altares,

como fazem aos profetas,

pois, apesar dos pesares,

todos nós somos poetas.

 PFA

QT.ID - Dia do médico

Médico, um atuante

aliado do Senhor

pronto, a todo instante,

para servir com amor.

Verdadeiro sacerdócio

dedicado a salvar,

por amor, não por negócio,

a quem dele precisar.

São Lucas, seu padroeiro,

deixou-lhe como exemplo

cuidar do corpo inteiro

como um excelso templo.

Saudemos com parabéns

este profissional

libertador de reféns

do mal pathological.

PFA/

C-IXC - Cordeneto I – Apresentação

Troco Trocadinho          Cordeneto I – Apresentação O propósito do híbrido “Cordeneto” visa acrescentar à literatura de Cordel um viés literário onde seja minimizado o estigma que pesa sobre ele em relação à elitização atribuída ao Soneto.    Configuração e metrificação O Cordeneto é composto por seis versões de Cordel, abordando um tema central, como se vê: uma sextilha fechada, uma septilha, uma oitava de quadrão, uma décima de sete sílabas (todos com sílabas tônicas nas posições 3 e 7);  um martelo agalopado (com sílabas tônicas nas posições padrão, isto é, 3, 6 e 10), um galope alagoano (com sílabas tônicas nas posições: 2, 5, 8 e 11); e, por fim, o temporão “Sonettelo” com doze versos   decassílabos (uma média entre os 14 versos do soneto e os 10 do martelo), sendo dois quartetos e dois dísticos alternados,  com sílabas tônicas nas posições 3, 6 e 10, de cada verso, e  rimas  AB/BA – AB –  CD/DC – CD. Melodias Como sabemos cada Cordel tem a sua melodia característica, o que não ocorre com o Soneto. A ideia é que o “Sonettelo” seja musicado com a melodia do Martelo de seis  versos, aplicada sobre a primeira e a segunda estrofes e repetida na terceira e quarta. O Cordeneto é uma ideia inédita e está registrado na Fundação Biblioteca Nacional a fim de que passe a fazer parte da história e do patrimônio cultural do Cordel de Caruaru.                                  I Sextilha (fechada – heptassílabo) Cordeneto é poema de essência popular; versão nova do sistema com vigência secular; cordel e soneto, tema do conjunto singular! II Septilha (redondilha maior – heptassílabo) Arte, som e poesia trazem à inovação novidade e dinâmica sem ferir a tradição, rima e sonoridade mantêm a prioridade sem qualquer alteração. III Oitava (oito pés de quadrão – heptassílabo) O modelo de Cordel, conhecido por oitava, se mantém como estava na antiga convenção; em essência, nada muda, na versão do Cordeneto Cordel anda com Soneto nos oito pés de quadrão.                                      IV Décima (heptassílabo) Nesta décima de sete, assim como nas demais, as propostas são iguais, a história se repete. Honras para quem compete por usar bem os pincéis, colorindo os papéis com as tintas dos refis que conservam os perfis de sonetos e cordéis.  V Martelo agalopado (décima – decassílabo) O martelo apenas compartilha parte dos atributos naturais que provêm dos redutos divinais donde vem a beleza da sextilha; igualmente ocorre à septilha, pois, não sofre qualquer alteração, o redil que procede doação se mantém sem que nada se altere; a virtude que dele se transfere é reposta na mesma proporção.                        VI Galope alagoano (décima – hendecassílabo)         Galope, soneto, cordel, melodias... conjunto que une as tantas versões, com mais vigor no cerne das tradições, e faz do cordel mentor de alegrias. Assim como se criam as fantasias, nos pintam de santo ou de leviano; podemos ser bom, tanto quanto profano, as coisas têm o valor que lhes é dado, portanto, quem toma o rumo errado só volta após pagar por seu engano.                               VII  Sonettelo (soneto/martelo – decassílabo) Ditam os padrões de modernidade: cordelista, soneto, melodia, rima, métrica e harmonia, que transformam seis numa unidade  donde brota cordel pluralidade com beleza de uma sinfonia. Como luzes que nunca se apagam, cordeneto mantém as tradições, mas difunde reais inovações, se cordéis e sonetos se propagam como néctar de pétalas que vagam a procura de jovens corações! PFA/

C-XTTM - Troco e Trocadinho 6 – Cordeneto II – Perdão.

Adicionar legenda

                                       
                                      &

– No celeiro do amor,
onde nasce afeição,
também brota, com vigor,
grilhões da ingratidão
responsável pela dor
que destila aflição.

 &

– Crença, sonho, coração,
representam a essência
da trindade do amor,
fina flor da excelência
que germina bem querer
e também faz resplender
as benesses da clemência.

  &

– A divina providência
é excelsa em bondade,
seu amor e majestade
se confirmam pela graça!
Quem perdoa seus algozes,
dos rancores se desnuda
a fim de levar ajuda
a quem vive na desgraça.

   &

– Se há fogo há fumaça,
para não se irritar
o melhor é perdoar,
seja qual for a pirraça;
para se manter na graça,
é preciso contrição    
tome sua decisão
e caminhe pra vitória,
até o reino da glória
com Jesus no coração.

   &

– O revéis causador de aflição
vem de fatos nascidos no passado
e ainda que seja perdoado
repercute em toda expansão.
O maior benefício do perdão
vai pra conta de quem o conceder,
pois também, perdoar e esquecer,
além de redimir o ofensor,
age como sublime redentor
pra quem dá sem pensar em receber.

  &

– Perdão, convivência, amor, perecer...
constam das ações que irão definir
a forma de vida a se perseguir
enquanto ainda se pode viver.
Todos podem se redimir, ou manter
o seu patamar de total morbidez,
alheios aos ditames de honradez
que ditam as normas que regem a paz
e cuja vigência jamais se desfaz
enquanto houver homens com lucidez.

 &

– Perdoar representa sensatez
e demonstra bondade e amor;
esquecer malquerença e rancor
se traduz por sublime altivez

em ação que desfaz insensatez
sem jamais a ninguém se contrapor.

– Quem perdoa outorga anistia
a quem se perdeu na escuridão
onde jaz a cruel escravidão
destrutora da paz e harmonia.

O credor que perdoa vivencia,
por igual, as benesses do perdão!

PFA/

S-IIID - Dia da criança

Com paz, amor e festanças

comemoremos o dia

dedicado às crianças,

nossa terna alegria.

O bom uso da matéria
e sensatas relações
erradicam a miséria
de crianças e nações.

PFA/