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sábado, 30 de abril de 2016

Delírios sensuais



Quero com o melhor vinho da adega,
o canto divinal do uirapuru
e as delícias do teu corpo nu,
redimir minha alma que ofega.
                     
A cada gole do néctar solvido,
e a cada sonido musical,
quero sentir o gozo sensual
do contato com teu corpo despido.

Então, se não bastarem os meus braços
enlaçando-te com os meus abraços,
a fim de que não possas escapar,

vou prender-te com teus próprio cabelos
e desconsiderar os teus apelos
implorando que eu pare de te amar.


PFA/

sexta-feira, 29 de abril de 2016

Apelo aos Céus


Santo Deus, abençoa o Brasil,
ilumina, Senhor, os filhos seus,
afinal, somos todos filhos Teus,
concede-nos, oh Pai, o Teu perfil!

Direita e esquerda, um só rumo,
exista um só alvo em comum:
o bem de todos, e de cada um,
em apenas um sonho de consumo!

Promove a união nacional,
em busca do mister racional,
e de trilhas honestas e capazes!

Dá-nos legisladores competentes,
autênticos, fiéis, independentes…
e magistrados retos e eficazes.

PFA/

Dança, dor e despedida...



Às vésperas da nossa despedida,
um baile a rigor, divina festa!
Embotando a alegria manifesta,
uma fúnebre dor pede guarida!
                                
“Relógio” e “A noite do meu bem”
enterneceram nossos corações
embevecidos pelas emoções
impostas pela vida, com desdém!

O paradoxo lenta/brevidade
emblematizou a festividade
em que vivenciamos um adeus.

Seguistes teus caminhos,  eu os meus,
ao som dessas sublimes melodias,
ícones de tristezas e alegrias.


PFA/

quinta-feira, 28 de abril de 2016

Alma de poeta


O mundo encantado do poeta
embrulha tudo, cheiro e fedor,
alegria, tristeza e amor,
e nada, ao final, lhe inquieta.

O belo se impõe à sua vida,
as lágrimas, sorrisos e a morte,
emaranham-se com desdita, sorte…
e percorrem a mesma avenida!

Seu encanto emana da certeza,
imutável, de que a natureza
excede às mazelas dos humanos.

Os erros advêm dos nossos enganos
e mais cedo ou mais tarde findarão,
assim, “ser ou não ser, eis a questão!”

PFA/

No país dos micróbios


VÍRUS – VAMOS, SE MEXE CAMBADA!
BACTÉRIA – TODOS TÊM QUE SE MEXER!
CARRAPATO – VOCÊS QUEREM MORRER?
FUNGO – A GENTE VAI FICAR PARADA?

SANGUESSUGA – DEVEMOS REAGIR,
ESSA  LARVA  TEM A FORÇA DE UM JATO,
MAS A GENTE NÃO TEM CARA DE PATO,
OS ATAQUES NÃO PODEM PROSSEGUIR!

VIRUS – VAMOS AGIR, URGENTEMENTE,
OU A GENTE ACABA COM A  LARVA,
OU A  LARVA  ACABA COM A GENTE!

O Universo – Naquele país,
a guerra dos micróbios não é parva,
os seus protozoários são fuzis!

PFA/

Palmas pra Aedes aegypti -



– Cadê Aedes? – Não sei dizer ao certo.
 Aedinha anda cheia de mistério,
está pensando que o Céu é perto
e isto é um problema muito sério!

–  Oi mamãe, veja só como eu estou!
(A pança sugeria nove meses.)
– Minha filha, por onde você andou,
vai desobedecer-me quantas vezes?

– Calma mamãe,  meu tour foi um sucesso,
você precisa ver o meu progresso,
todos batiam palmas para mim!

– Meu Deus, Aedinha, não é bem assim,
as palmas poderiam ser fatais,
pessoas e mosquitos são rivais!


PFA/

quarta-feira, 27 de abril de 2016

Ecos da minha alma -




Quem dera que o meu olhar fosse límpido,
convincente, e que ele transmitisse
 
o que trago dentro da minha alma!

Quem dera que quando eu fitasse um ponto
ali se fincassem meus sentimentos
e se eternizassem os meus sonhos!

Quem dera que pudessem entender
a imensa beleza dos matizes
que posso ver ao fechar os meus olhos!

Quem dera que ao ver as minhas lágrimas
notassem o oceano de esperanças
da perene fonte donde elas brotam!

Quem dera que ao olhar nos meus olhos
enxergassem a pureza do amor
e a imensa paz que os envolvem!

Quem dera que todo mundo soubesse
que a minha calma e tranqüilidade
expressam fé e não indiferença!

Ah! Quem dera que todos descobrissem
que há na síntese destes “Quem dera”
o apelo dos sonhos de quem espera
que ouçam os ecos dos gritos da sua alma!


PFA/

terça-feira, 26 de abril de 2016

Bilu -



Mata-me, oh minha dor de cotovelo,
tratei Bilu com todo meu desvelo,
mas, em troca, o que ela me deixou?!
Só a certeza de que nunca me amou!

Vejam o que fiz por essa mulher:
deixei de frequentar o quem me quer,
abri mão do carinho das cabritas
e parei de tomar minhas biritas;

para sacramentar a minha pena,
afastei-me da linda Rosalena
e comi o pão que o diabo amassou;

mas, tudo isso, de nada adiantou,
Bilu vendeu os cacos, que eram meus,
e partiu sem sequer dizer adeus!


PFA

segunda-feira, 25 de abril de 2016

Rosas e espinhos


Rosas são rosas, com ou sem espinhos,
enquanto os espinhos causam medos,
as rosas, com os seus encantos ledos,
enfeitam e perfumam os caminhos.

Presentes, nos sabores mel e fel,
as rosas, perfumando e colorindo,
e os espinhos, guardando e ferindo,
exercem, de per si, o seu papel.

Antagônicas no mister razão,
rosas mulheres, e/ou vegetais,
esbanjam os seus dotes naturais!

Escravos das razões do coração,
os homens são fãs de uma e doutra
e se prostram com uma ante a outra.

PFA/

Errar é humano? V -


Dos ignorantes de maior destaque
um aparece de modo especial,
pois, no Céu, deu início ao ataque
contra o Criador Universal.

De quanto tempo faz, não há notícia,
que o anjo chamado Satanás,
confundindo burrice com perícia,
arquitetou passar a Deus pra trás.

A sua ignorância é tamanha
que, depois da estúpida façanha,
passada quase uma eternidade,

não retornou aos braços da Verdade.
Mas, aleluia, aonde abunda o mal
superabunda a graça Divinal! Rm 5:20

 PFA/

domingo, 24 de abril de 2016

Contradições



A rigor, não contesto teus motivos,
admito que há falhas e enganos
em relação a meus sonhos e teus planos,
já que são outros os teus objetivos!


É que, no paraíso do meu eu,
fiz de ti o meu sonho ideal
e te pus num etéreo pedestal
escravizada pelo rei Morfeu.

Abstraído em minhas fantasias,
e convicto de que tu me querias,
imaginei um Céu só para nós,

mas, na verdade, não estamos sós,
e neste mundo de contradições,
tu és razão e eu sou emoções!

PFA/

Errar é humano IV -

 

Quantos sábios, ao olhar o arrebol,
não enxergam mais que fifós acesos
e sequer se apercebem que estão presos
em celas onde não entra a luz do Sol!

Crendo serem os donos da verdade,
embaraçam saber com ilusão,
usam mentiras como combustão
e singram o mar da obscuridade.

Pobres almas, carentes de amor,
deleitam-se na prática dolor
contra aqueles que os acariciam.

Diante do horror se deliciam
saboreando a vil petulância
filha pródiga da sua ignorância.


PFA/

sábado, 23 de abril de 2016

Errar é humano III -


Estupidez nem sempre é maldade,
insensatez provém da ignorância
que induz à estulta petulância,
muitas vezes, expressa com bondade.

Não é raro estúpidos bondosos
que, ardilosos e interesseiros,
em tudo se arvoram de primeiros,
com seus procedimentos presunçosos!

Com suas atitudes idiotas
e falsos elogios, e lorotas,
ao terem os demais por imbecis,

sequer percebem que os seus ardis,
cedo ou tarde, findam por ruir,
vindo a eles mesmos destruir.


PFA/

Escolhas




– Meu brado de desprezo e aversão
ecoa no espaço infinito
enquanto tu encerras o teu grito
a fim de enganar teu coração!

Um e outro esbanjam contra senso,
ela trincafiando sentimentos
e ele propagando sofrimentos…
até que morram, no fogo intenso!

Os desencontros devem ser movidos
e os ressentimentos esquecidos,
a vida tem a cor que nós lhe dermos!

Perdoar, esquecer… eis a saída,
é morrer ou lutar por sobrevida,
o amor é eterno… se quisermos!

PFA/

sexta-feira, 22 de abril de 2016

Canto e pranto



Por enquanto, o desencontro faz do meu canto
pranto e desencanto…
Entretanto, com o reencontro, em qualquer canto,
ou recanto, espanto, tanto pranto, quanto desencanto, e, por encanto, com teu manto, imanto e acalanto o meu canto…
No entanto, por enquanto, o meu canto, sem ti, é só pranto e desencanto!

PFA/

Errar é humano II –



Se errar é humano, persistir
errando é a maior estupidez,
o ignorante, em sua insensatez,
não consegue enxergar e nem ouvir!

Julga poder mentir e enganar
a todo mundo, pelo tempo todo,
sem se aperceber que seu engodo,
como bola de neve, vai findar.

Tentando remendar os seus sonetos,
acaba enfiado em espetos
e ardendo num grande fogaréu.

Sem perceber que marcha para o léu,
esnoba e procura iludir
mesmo depois da máscara cair.

 PFA/

quinta-feira, 21 de abril de 2016

Errar é humano I -



Erros são ações próprias dos humanos,
mas, reconhecer e se redimir,
prontificando-se a assumir,
mudar e corrigir os seus enganos,

é atitude rara, e somente
possível para quem se converter
e aceitar que é mister morrer
pra que possa viver eternamente.

O fruto da ignorância é o erro,
mas pode-se levá-lo ao desterro,
ao se cultivar o conhecimento!

Razão, que conduz ao acertamento,
é bálsamo Divino e salvador
que redime a todo pecador.

 PFA/

quarta-feira, 20 de abril de 2016

Antagonismo aéreo



Ah, se eu fosse Temer, não voava,
o Marechal Castelo voou, caiu,
Ulisses Guimarães voou e sumiu…
e Campos, boooom... enquanto aterrissava!

Se Michel sobe e não aterrissa
a culpa não será de Eduardo,
enfim, ele não é nenhum petardo,
a lógica indica essa premissa!

Mas, é bom ter cautela, no Brasil,
aeronave pode ser fuzil
com  alto poder de destruição!

Melhor andar de trem, de caminhão...
afinal, dar moleza para  vice
é firmar atestado de  burrice!


PFA/20.04.2016

terça-feira, 19 de abril de 2016

“PAI-radoxo” -

 

Pai é cascalho, pedra, cobrador, 
é rude e grosseiro, o seu amor;
pétala revestida de espinho,
é rosa e tropeço no caminho.

Tem doçura amarga, fel no mel,
é paradoxo de limbo e Céu;
sorriso contristado, carrancudo,
silêncio trovejado, grito mudo.

Pai é amor complexo, mas real,
é ausência presente, pontual,
atropela, mas ergue os seus iguais! 

Para salvar a todos, não relutou,
o nosso Pai a Si mesmo imputou
as sentenças de filhos mães e pais.

PFA/ 28.02.2012

segunda-feira, 18 de abril de 2016

Impeachment



Ontem, antes dos rumos definidos,
a Câmara, as Ruas, aguardando
e, com afrontas, se digladiando,
agitação em todos os sentidos!

Hoje, expectativa cruciante!
As Bolsas? Dólar, o que nos espera?
Ânsia, medo, a dúvida impera!
Um dia simplesmente apavorante!

Manhã… tarde… a noite… tudo bem!
Tudo em ordem, ninguém mordeu ninguém!
Amanhã, e depois… como será?

A vida, certamente, seguirá,
cabe a cada um colaborar…
Futuro?! Só nos resta esperar!

PFA/18.04.2016

Dois anos sem Wamberto -

Sexta-feira, 18 de abril de 2014


Na vida tudo tem fim,
a existência é assim,
dedos e anéis se separam,

mesmo os que mais se amaram!



Vão-se os anéis, mas ficam os dedos
e, com eles, os nossos sonhos ledos!
É que não somos donos dos anéis,
somos depositários! Se fiéis,

os dedos
 e anéis se amarão,
porém um dia se separarão.
Dinheiro e amigos de verdade
são dedos e anéis, na realidade!

Meus amigos anéis, cedo partiram,
muitos deles, sequer, se despediram,
apenas uma jóia permaneceu,

mas, aqui, tudo tem seu fim, pereceu,
foi habitar em outra dimensão.
Adeus amigo, meu anel irmão!

PFA/