Translate

sábado, 22 de janeiro de 2011

SSDVS - Sombra


Intrusa que não é, porém está,
Como se fosse, entre o que há.
Dependente dos que são, estagnada,
Disforme, sem volume, não é nada.

O Sol, a planta, a sombra, a Terra;
A luz, o ser, o solo, e encerra!
Sombra é contingência, circunstância;
Está, não está, não tem importância!

Iguais às sombras, seres perambulam
Sem ter identidade, pois, simulam
Não ter o que têm, nem ser o que são.

É difícil obter-se consciência,
E portar-se com brio e decência,
Para fazer-se sombra, tendo ação.

PFA/22.10.2010

SSDVS - “Ser ou não ser, eis a questão” William Shakespeare

Dói mais, ser e não ser, do que não ser;
também, ter e não ter, do que não ter.
Ser, ter, não ser, não ter... não sou, não tenho,
não contam meu querer, nem meu empenho!

Se eu não tenho, nem sou, não existo,
então, se não sou, nem tenho, desisto!
Nunca fui, nunca tive, nem estive,
quem não é, não tem, nem existe, vive?

Não tenho, não existo, não sou nada,
nesse contexto, bato em retirada,
a minha existência é ficção.

Custou, mas, percebi o que eu sou:
eu não sou nada, tudo se acabou,
enfim, “ser ou não ser, eis a questão!”

PFA/20.10.2010

ESDVS - Memória

Sistema que habita num espaço,
E que se movimenta em compasso
Gravitacional sem similar,
Que leva e trás a nenhum lugar.

Baú de relembranças sãs e más,
Poucas as boas, muitas as fatais;
Lagoa refletiva que me diz
O que de certo e errado fiz.

Não sei o que mais dói! Falhas rever,
Ou o bem que eu deixei de fazer?!
As lágrimas afloram, enlouqueço!

Obrigado Senhor, clamo aos céus,
Por livrar-me do cárcere dos réus
Onde devia carpir o que mereço!

PFA/14.12.2010

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

EPOEMAS - A busca


Pai!

Andei... Andei...
Busquei... Busquei...
Mas em vão busquei,
Pois, tudo que busquei,
Inutilmente,
Onde não há busquei!

Busquei no sol, nas estrelas, no luar,
Na terra, no céu, no mar,
Nas flores, nas cores,
No mel, no fel,
Busquei... Busquei...
Mas, em vão busquei!

No por do sol, nas madrugadas,
Nas partidas, nas chegadas,
Busquei sonhando e acordado,
No pródigo, no desgarrado,
Garimpeiro sem bateia,
Busquei... Busquei!

Busquei no carnaval e no natal,
No inverno e no verão,
Na primavera, no outono,
Em sonhos e acordado,
No amor, no ódio,
Em tudo busquei,
Mas, busquei em vão!

Andei e busquei
Em toda a natureza!
Na riqueza, na pobreza,
Na pureza, na beleza,

Na crença, na religião,
No ceticismo do pagão,
Na ofensa, no perdão,
Nas crianças, no ancião...

Na felicidade e na desdita,
Na condenada, na bendita,
Na música e na poesia,
Na real, na fantasia...

Na ciência, na ignorância,
Na humildade, na arrogância,
Na paz, na guerra,
Na alegria e na tristeza,
Busquei, busquei...
Mas, em vão busquei!

Andei... Andei...
Busquei... Busquei...
Cansei! Parei... Pensei... E concluí:
Tudo... Tudo que busquei,
Busquei em vão, Senhor,
Pois, em tudo, e em todos, nada achei
Comparável ao amor
Que só em Ti eu encontrei!

PFA/15.08.2006

SSMÃE - Mamãe

.
.

Impotente prostrada numa cama,
Não fala, em silêncio ora e dorme.
Corpo macilento e feição disforme,
Prenúncio do final; mas não reclama!

Jovem, no labor da vida campestre,
Lutava contra seca, contra a fome,
Heroína, guerreira sem renome,
Veloz e ágil qual bicho silvestre.

Tenaz ao defender os seus rebentos,
Venceu com altivez os sofrimentos
Impostos pela vil sociedade.

Mas, louros de vitória alcançará,
Pois certamente entre anjos estará,
Em glória, com Jesus na eternidade.

PFA/10.11.2002
.
.

SSMÃE - Às mães desconhecidas

Desvairada deixando o teu rebento
Sozinho ao léu, ao sol, à chuva ao vento,
Numa atitude de amor incontida,
Renunciaste à própria vida.

Como entender igual desprendimento?
Pra salvar teu bebê do sofrimento
Sacrificaste a felicidade
De vivenciar a maternidade.

Teu gesto não será compreendido,
Pois, só quem, por amor, houver sofrido
A tão cruel dor da crucifixão,

Poderá, finalmente, compreender
O ato de entregar-se pra morrer
A fim de que outro tenha salvação.

PFA/11.07.2002

domingo, 16 de janeiro de 2011

RPDVS - Ecos da minha alma

Quem dera que o meu olhar fosse límpido,
Convincente, e que ele transmitisse
O que trago dentro da minha alma!

Quem dera que quando eu fitasse um ponto
Ali se fincassem meus sentimentos
E se eternizassem os meus sonhos!

Quem dera que pudessem entender
A imensa beleza dos matizes
Que posso ver ao fechar os meus olhos!

Quem dera que ao ver as minhas lágrimas
Notassem o oceano de esperanças
Da perene fonte donde elas brotam!

Quem dera que ao olhar nos meus olhos
Enxergassem a pureza do amor
E a imensa paz que os envolvem!

Quem dera que todo mundo soubesse
Que a minha calma e tranqüilidade
Expressam fé e não indiferença!

Ah! Quem dera que todos descobrissem
Que há na síntese destes “Quem dera”
O apelo dos sonhos de quem espera
Que ouçam os ecos dos gritos da sua alma!

PFA/28.02.2010

ESDVS - Amanhecer do meu mundo interior

As estrelas brigavam com o sol
Querendo retardar o seu nascer
Ou juntar-se a ele no arrebol
Para festejar o alvorecer.

Angélicos corais cantavam hinos,
O céu, festivamente, se movia
E ressoavam cânticos divinos
Aguardando o raiar do novo dia.

Glórias, salve, aleluia às boas novas!
Trombetas anunciam sem parar:
– Foram extintas as dores e provas,

O fantasma das dores foi vencido,
Lágrimas e pesares já não há,
Deus refez, por amor, o seu ungido.

PFA/30.11.2009

ESDVS - Noite de paz

Amanheceu nublado, o céu escuro,
Prenúncio de um dia de enduro,
O navegador cônscio se previne,
Faz planos, analisa, se define.

Os raios cortam o céu, a chuva cai,
O embate começa, segue, vai...
Os tripulantes, anjos inspirados,
Põem-se a singrar determinados.

Ao fim do curso vem a calmaria,
Os luzeiros do céu, em euforia,
Esboçam aquarelas coloridas

Para festejar a noite de paz,
Aflições e temores, tudo jaz,
Só as vozes ressoam ternecidas.

PFA/26.11.2009

ESDVS - Bom dia mundo

Bom dia sol, bom dia todo mundo,
Altos e baixos, raso e profundo,
Doce e amargo, flores e espinhos,
Bom dia às pedras dos nossos caminhos!

Bom dia a terra, bom dia aos mares,
Aos que estão felizes nos seus lares
E aos que nas ruas cobram seus direitos
Pedindo, pão, remédios, teto e leitos.

Bom dia mundo de contradição,
Bom dia à beleza da razão,
Bom dia à pobreza da maldade.

Bom dia à esperança do porvir,
O dia em que Cristo há de vir
E conduzir-nos para eternidade.

PFA/08.11.2009

RSDVS - O beijo que te roubei

Estavas a dormir desfalecida,
Na tua face eu vi refletida
A calmaria de anjos querubins
Guardados pelos pares serafins.

Fiquei a contemplar toda beleza
Contida num momento de pureza,
Enquanto, em paz, descansa o pecador
Confiante, nas mãos do Criador.

Mas, sorrateiramente fui chegando
E, levemente, um beijo te roubei,
Rápido despertaste me olhando,

Emudecido fiquei a ti olhar,
E então, humildemente, balbuciei:
– Foi um roubo, mas, vais me perdoar?

Pedro F. Alves

07.10.2009

RSDVS - Teus braços

A fantasia que se vai masculina
É realidade que vem feminina?
- Não propriamente, mas, configurada
Pela ausência da ânsia desejada.

Temor?! - Sim! É temor. Como negar?!
O risco existe e poderá chegar!
Vigor, e até a própria existência,
Tudo passa a ser por dependência.

A certeza é certa um instante,
Dúvidas e senões são a constante,
Mas, a vida, em tudo, continua!

Apesar dos pesares, em teus braços,
Esqueço dos possíveis embaraços,
No êxtase de unir minh’alma à tua.

Pedro F. Alves

28.09.2009

RSDVS - Teus seios

Diante de ti há dois seios que são teus,
Teus porque os tens, mas que são mais meus,
Pois, sendo teus, faze-os meus, por amor,
E, pra que os guardes, eu, também, tos dou.

Sei-os, muito bem, como é que são,
Sobrepostos os tens no coração,
Por debaixo das minhas mãos, no leito,
Ou em contato com meu próprio peito.

Mas, tu sequer supões que são teus seios
A penúria maior pros meus anseios,
Prevendo-os distantes - sem que o sejam -

Pela ausência fatal do meu vigor,
Vencido, cruelmente, pela dor
E escravo dos achaques que me alvejam.

Pedro F. Alves

15.09.2009

RSDVS - O sol e a saudade

Teu brilhante fulgor no alvorecer,
Cobrindo terra e mares de beleza,
Desperta alegremente a natureza,
Fazendo em tudo a vida florescer.

Já à tarde te despedes, fugazmente,
Esvaindo-te num grande fogaréu
Que se espraia da terra até o céu,
Sob olhos que te fitam tristemente.

Amanhã, certamente, voltarás
E a saudade que deixas quando vais
Não passa, simplesmente, de lembrança.

Diferente é partir pra não voltar,
Causa dores, tristezas, faz chorar.
É saudade! Não mais resta esperança.

Pedro F. Alves

ESCONH - Conhecimento

Acadêmico, mas, espiritual,
O humano indo ao sobrenatural,
Conhecimento que transcenda ao senso
Mas, sem fanatismo e sem contra-senso.

Intelectualidade com ceticismo
É afronta à razão, inconformismo
Com a regência santa e eficiente
Do universo longínquo ou presente.

Conhecimento é cumplicidade
Da criatura com a Divindade,
Subjetivo, porém racional,

É convicção e fé inabalável
Numa eternidade inefável
Junto ao Poder Santo e Divinal.

PFA/03.09.2009

ESDVS - Uma luz no fim do túnel?!

Não! O resplendor de incontáveis sóis
Iluminando todo o universo
Pela frente, de lado, no reverso,
Pondo fim ao girar dos girassóis,

Luz que é sentimento invadindo
Almas e corações endurecidos,
Mas, que se voltam, quando enternecidos,
Ao sentir o amor os redimindo.

Deus é suprema Luz resplandecente,
Disponível, fiel, onipresente,
Não, no final do túnel, uma luz!

Crê, somente, e então terás Jesus
Em cada canto, em cada lugar,
A reluzir e a ti iluminar.

PFA/30.08.2009

SSDVS - Telhado de macaco

Quem tem telhado de vidro, cuidado!
Macaco não costuma olhar pro rabo,
E olhando para os outros, descuidado,
Expõe-se à vassoura e ao seu cabo.

João, Paulo, Macedo, tudo igual,
São atores da peça teatral
Onde os inocentes figurantes
Somos nós, doadores praticantes.

O pobre que rouba um pão é bandido,
A quem rouba milhões dá-se outro nome:
Político corrupto, crente ungido...

Sob a égide Santa, os capetas
Roubam de pobres, que enfrentam fome,
Os milhões que enchem as suas gavetas.

PFA/16.08.2009

SSDVS - Cacto sem caco


Sou um cacto que, sem caco, vagueia
Em busca de um só grão de areia,
Firme sustentação estrutural
Contra a intempérie universal.

O caco que me sustinha rachou-se,
Caiu a terra, a água derramou-se!
Seco e sem firmeza cambaleio
A depender de préstimo alheio.

– Desesperança?! Não! Ansiedade.
Nem tudo está perdido, na verdade,
Há boa perspectiva. Estão orando!

Mal identificado, é cuidar-se,
Ninguém pode, nem deve entregar-se,
O grão de areia pode estar chegando!

PFA/15.08.2009

ACRODVS - Quem sou?!

Peça fenomenal que o Criador,
Em Sua magnitude de amor,
Deu caráter à Sua semelhança,
Remiu, frente à desdita, de esperança.
Obra que é a imagem do Senhor!

Feitura ideal e muito boa,
Reinou frente a toda criação,
A Deus, somente, tinha submissão.
Na terra, no mar, e tudo que voa,
Como também Eva, a sua patroa,
Individual ou coletivamente,
Ser-lhe-iam fiéis, conforme dito,
Com a firmeza do Autor Bendito,
Onisciente e onipotente.

Assim eu fui criado, pra ser rei,
Logo, no entanto, do bem me desviei
Vindo, em troca, a condenação,
Então, o Pai, na Sua sublimação,
Salvou-me, morreu por mim, porque pequei.

PFA/15.08.2009

.

sábado, 15 de janeiro de 2011

MUCANT - Salmo 150



SALMO 150


Aleluia! Aleluia!

Louvai a Deus no Seu santuário,
Louvai o Seu poder visto nos céus.
Louvai a Deus todo poderoso!
Louvai ao Salvador, santo e real.

Aleluia, louvai a Deus... Aleluia, louvai, louvai...

Louvai a Deus ao som da trombeta!
Louvai a Deus com harpas e liras,
Louvai-O com pandeiros e danças.

Aleluia, louvai a Deus... Aleluia, louvai, louvai..

Louvai a Deus com cordas e flautas!
Louvai a Deus com sons e musicais,
Louvai também com pratos sonoros.
Todo o que viver louve ao senhor!

Aleluia, louvai a Deus... Aleluia, louvai, louvai..

Amém.

PFA/

ESP - Perdoar

Perdoar é mais que abrir os braços,
Apertar de encontro ao regaço,
Falar sutis palavras de boas vindas
E dizer: as querelas estão findas;

Bem mais que receber festivamente,
Mais, até, que amar profundamente,
Tratar com carinho e com afeição,
Dar guarida, afeto e suprir de pão.

A grande beleza em se perdoar,
Muito transcende a um simples esquecer,
É desconsiderar, mesmo lembrado,

Falar sem ressentir, sem reclamar,
Copiando a quem, sem merecer,
Morreu em seu lugar, crucificado.

11.11.2006

SPOEM - Amigo

Nem sempre dois amantes são dois amigos.
Pode-se amar sem ser amigo!
Difícil é não amar, sendo amigo.

Nem sempre perdoar nos torna amigos.
Pode-se perdoar sem ser amigo!
Difícil é não perdoar, sendo amigo.

Nem sempre viver em paz nos torna amigos.
Pode-se viver em paz sem ser amigo!
Difícil é não viver em paz, sendo amigos.

Nem sempre dois amantes são dois amigos;
Nem sempre perdoar nos torna amigos;
Nem sempre viver em paz nos faz amigos!

Pode-se amar sem ser amigo;
Pode-se perdoar sem ser amigo:
Pode-se viver em paz sem ser amigo!

Difícil é não amar, sendo amigo;
Difícil é não perdoar, sendo amigo;
Difícil é não viver em paz, sendo amigos!

11.11.2006

CQDVS - Retrato falado




Sou menino de rua
Minha cor me condena,
Tenho a pele morena,
Pés descalços, costas nuas.

Qual será meu futuro
Se não tenho presente,
Nunca fui à escola
E nem tenho parente!

Meu retrato falado
Faz-me réu condenado!
É menino de rua,
Tendo a pele escura,
Pés descalços, costas nuas.

Quem me vê não percebe
Que o que trago aqui dentro,
É tão bom sentimento,
É amor para dar!

Pra mudar minha vida
Dêem-me casa e comida,
Com saúde e escola,
Ao invés de esmola!

Por maldade dos homens,
Pra tristeza dos céus,
Meu retrato falado
Faz-me réu condenado.

ESDVS - Terra

Planeta três do quântico solar,
Superfície sólida da área térrea,
Solo pátrio, morada, berço, lar,
Breve pouso rumo à paz, sem mão férrea.

Manifestação de infinito amor,
Dom supremo do Santo Criador
Que deu à criatura, de herança,
Para que viva em paz e bonança.

Paraíso real extra-celeste,
Construção ultra magna, inconteste,
À qual Deus, simplesmente, chamou: Terra.

Senhor, perdoa a insensatez,
Ganância, egoísmo, avidez,
Do homem que a faz palco de guerra!

30.11.2006

SSDVS - Porcos, Pérola, Prêmio e Partido

“Porcos” são animais, seres humanos,
Por índole, ralés e desumanos,
Emergentes do inato lamaçal
Pra nata da escória social;

“Pérola”: – não a pedra preciosa –
Mulher linda, educada e formosa,
Exposta, em um mundo nebuloso,
A “porcos” de caráter duvidoso;

“Prêmio”: “Pérola” posta em mãos de “porcos”,
Que por caminhos, quase sempre tortos,
Andam em busca de pomposo dote;

"Partido”: Objetivo perseguido,
Pelo falso, hipócrita, fingido,
A espera que a fortuna o adote.


28.01.2007

SSDVS - Inversão de valores


Vê-se o carro na frente os bois atrás,
a pérola valer menos que o lodo,
fazer-se guerras em busca da paz.
tumbas caiadas, o mais vil engodo!

Vê-se alma de conduta enganadora
fazer sucesso, sendo aplaudida,
enquanto gente boa e sofredora,
no rol dos puros, chora esquecida.

Enquanto não houver plena consciência
de que o real vale mais que a aparência,
e de que o ódio jamais vence ao amor,

homens hão de viver injustiçados,
tendo os seus caráteres julgados
pelos dotes, poder... e pela cor.

22.07.2003

SSDVS - Ego

Caixinha de segredos e petardos,
Arsenal belicoso com seus dardos,
Covil de marginais enfurecidos,
Clausura de vilões adormecidos.

Painel resplandecente da verdade,
Aurora boreal de santidade,
Fonte inesgotável de amor,
Celeiro de virtude e penhor.

Múltiplas variantes pessoais,
Diversas, dissonantes, mas reais,
Na personalidade dos humanos.

Abrigo tudo isto e não nego,
São partes integrantes do meu ego,
Dons que nos fazem bons ou desumanos!

CQDVS - Quadras diversas

Água

É chuva na vertical,
Rio na horizontal,
É vida se bem dosada,
Desastre se enxurrada.


Amanhecer

Início, nascer, começo,
Fim de noite, recomeço,
Embora emocionante,
Nem sempre com sol brilhante!


Amor

Sentimento especial,
Nascido no coração,
Capaz de vencer o mal
Com a força do perdão.


Aniversário

As horas de todo dia,
Os doze meses do ano,
Comemorado num dia,
Uma vez a cada ano.

CQDVS - Prudência!

Viver em sociedade
Requer sensibilidade,
Se precisar desistir,
É melhor não insistir!

Para não contrariar,
E não ser contrariado,
Reconheça seu lugar,
Aja sempre com cuidado.

Ajunte seus cacarecos,
Quando for chegada a hora,
Sem chavões e sem xavecos
Dê adeus e vá embora.

10.11.2006

CQDVS - Enquadramento

Enumere numa quadra
O melhor que se enquadra
No bairro, cidade e quadra,
De onde você se enquadra.

- Loja, hotel, mercado e bar;
Farmácia, hospital, bazar;
Diversão pra todo gosto,
Banco, escola, igreja e posto.


01.12.2006

FSDVS - Cão vira lata


Verme que solitário e vagabundo,
Desconfiando de tudo em seu derredor,
Vagueia mal cheiroso, nauseabundo,
Causando nojo e repugnância, e dó.

Repúdio se lhe expressam, flagrante!
Batendo pés, mãos, berram palavrões,
Põem-no a correr, em fuga alucinante,
Qual vítima das lavas de vulcões.

Por ventura, se, em seu peregrinar,
Um só estalo de dedos escutar,
O rabo faz bailar festivamente,

Confirmando que, mesmo rabugento,
Trás consigo o tão nobre sentimento,
Gratidão, incomum a tanta gente.

07.04.2003

RSDVS - Cactos


Uma fenda na pedra, um grão de terra,
Nisto o teu oásis se encerra.
És áspero, espinho agressivo,
Temido, rejeitado e nocivo.

Teimoso, entre os lajeiros brotas!
Em meio a rochas e serrotes, grotas,
Exposto ao sol, à chuva, ao vento,
Seivas de pedras tens por alimento.

Mas, ainda assim, há quem te ame,
Quem te dispense fino tratamento,
E em jarro de fina porcelana,

Com água e terra fértil, males sane,
Mesmo sabendo que a qualquer momento
O vitimarás com a tua gana.

21.11.2006
.
.
Cactos vegetais X Cactos humanos

Você pode até sair intacto
Dos impactos com os vegetais cactos,
Raro é sair intacto ante o facto
De com cactos humanos fazer pactos!

RPDVS - Má!

I
Te
Dei
O
Mar,
O
Sol,
O
Céu;

II
Te
Dei
Um
Lar,
A
Luz,
A
Paz;

III
O
Que
De
Bom
Tu
Tens,
Eu
Dei!

IV
Fui,
Por
Fim,
Teu
Ser
Ou
Não
Ser;

V
Mas
Em
Vão,
Pois
És
Má,
És
Vil;

VI
Não
Sou
Mais
Que

Aos
Teus
Pés.

21.11.2006

SSPAI - Pai

Ser pai é submissão à dor pungente
De renunciando à sua própria vida
Alegrar-se na graça concedida
Para salvar o seu pingo de gente.

Deus Pai, não por amor ao Filho Santo,
Mas, por amor ao filho que se perdeu,
O Filho Santo na cruz ofereceu,
A sua morte carpindo em dor e pranto.

Ser pai é ter alguém que nos copia,
Que nos aguarda ansioso a cada dia
E que chora nas nossas despedidas,

E mais, naturalmente, ser clonado,
Por gerações seguir sendo lembrado
Pelo muito que fez por outras vidas.

17.02.2002

SSMÃE - Mãe

Este amor que no teu peito floresceu
Fez-se vida e uma vida concebeu,
Sonho materno que se fez real
Na perfeita clonagem paternal.

A força de um bem tão grande assim
Destemido, tenaz, manso, por fim,
Quebra lanças, preceitos, vence a dor,
Mostra ao mundo a grandeza que há no amor.

Enfrentas censura e reprovações,
Passas dificuldades, provações,
Mas, dissabores teus ninguém os sente!

Teus méritos e dons são ignorados,
Até mesmo, os teus gestos condenados,
Mas, Deus plantou em ti Sua semente!

Pedro F. Alves

Maio/1996

ESDVS - “Eu Sou”

Princípio... Essência... Célula Mater...
Em Ti tudo habita e está contido,
O universo infinito revelaste,
Tudo tens, tudo és e tudo podes!

As tuas plenas Auto-revelações
A tudo redime, salva, guia,
A natureza Te reverencia,
O infinito em Te se encerra!

Nada crias, pois, tudo Tu já és,
O infinito, inato e latente,
Habita no teu ser pré-existente!

Como Te definir, ó Deus Eterno?!
Que acrescer à Tua divina
E plena Auto-definição: – “Eu Sou”.

Pedro F. Alves

23.05.2009

ESTRIN - Trindade



Deus Pai e Filho, Deus Espírito Santo,
Poder Divino, triuno e Sacrossanto;
Entidade sublime e onipotente,
No ontem, hoje e amanhãs, onipresente.

Artífice suprema e magistral
Da magna arquitetura universal;
Mantenedora zelosa, mãe fiel,
Onisciente, entronada lá no céu.

Em seu desprendimento paternal,
A Trindade em ato sacrificial,
Deu o Redentor para crucifixão,

E o Espírito para Consolador,
De quem, pela fé, busca, com amor,
A graça infinita da salvação.

Pedro F. Alves

18-04-2003