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segunda-feira, 28 de maio de 2018

C-ISD - Redil dos caminhoneiros

Resultado de imagem para paralisações dos caminhoneiros


Era uma vez um Redil
que usava pra transporte
escravos e caminhão;
no Oeste, Sul, Leste e Norte
esses guerreiros valentes
lutavam até à morte;

entregues à própria sorte,
sem tratamento ameno
choravam e imploravam
por uma porção de feno,
mas, invés disso lhes davam
chibatadas e veneno.

Usaram como aceno
para rogar piedade
o grito da sua voz
de pouca sonoridade
mas jamais foram ouvidos
por qualquer autoridade;

ante a calamidade
sem nenhuma atenção
resolveram se unir
contra a escravidão
e partiram para luta
em prol da libertação!

  Não queremos confusão,
só um pouco de comida;
da ração que transportamos
queremos como partida
uma pequena porção
para nossa sobrevida!

  Que petição descabida,
quem eles pensam que são,
não há de que reclamar,
muito menos da ração,
trabalhar é seu dever
sem fazer reclamação;

por sua provocação
aumentem mais suas cargas,
vamos tornar suas vidas,
se possível, mais amargas,
o protetor de escravos
foi o presidente Vargas;

nada de estradas largas,
nem qualquer facilidade,
vamos apertar a cinta
com maior severidade
até que eles entendam
a sua fragilidade!

Porém a sociedade
vendo essa malvadeza
revoltou-se a tal modo
que num gesto de grandeza
resolveu tomar partido
e enfrentar a nobreza.

   Reconheçam a pobreza
desses profissionais,
eles são nossos irmãos
e têm direitos iguais,
mas enquanto passam fome
os ricos comem demais;

não dá pra aguentar mais
isso tem de ser mudado,
rico, pobre, preto, branco,
rei, patrão e empregado
perante à Carta Magna
são cidadãos do Estado!

O rebu foi decretado,
os escravos se uniram
e juntos em assembleia
finalmente decidiram
não transportarem mais nada
do que seus patrões pediram.

Dias cruéis se seguiram,
sem caviar nos mercados
os magnatas reclamavam
estribuchando zangados
sem combustíveis nos posto
pra seus carros importados.

Mesmo todos revoltados
os feitores decidiram
liberar os alimentos
que os escravos pediram
mas por tempo limitado
e até que indefiram.

Foi quando surpresos viram
os escravos exigirem:
queriam definição
para depois reagirem
e não ficar no aguardo
até eles decidirem.

  Não adianta pedirem
pois não vamos atender,
cumpram a primeira parte
daquilo que vão fazer
para duma vez por todas
o problema resolver;

terão de pagar pra ver,
esta é a condição:
demonstrem boa vontade
e nos estendam a mão
ajudando empurrar,
cada um seu caminhão!

Demanda, guerra, canhão...
até que floriu a paz,
cada um baixou a guarda
e mostrou que é capaz
de viver em união
como qualquer bicho faz;

a união que compraz,
por tantos tão pretendida,
fez a todos celebrarem
a vitória conseguida:
 Viva a fraternidade
e, por fim, viva a vida!

Essa estória vivida
no país da negligência
se por ventura lembrar
um redil em evidência
a possível semelhança
é mera coincidência.

FINAL FELIZ, É VERDADE?
TALVEZ, PARECE QUE NÃO!
CONTINUA A BAGUNÇA:
MOTORISTA, CAMINHÃO,
O REDIL SEM SEGURANÇA,
GRITOS DE INTERVENÇÃO...

PFA/

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