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sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

Desbravador do infinito


À procura de afins,
subi nas asas do vento
e tinha como intento
desembarcar nos confins
do reino dos anaquins.
Fui até o infinito,
onde não existe mito,
e cheguei a conclusão:
sem a fome do Sertão
o Brasil é mais bonito!


Mas, com meu entusiasmo,
continuei a subir
até começar fluir
algo que me deixou pasmo,
provocando-me espasmo.
Pior que a maldição
que afligiu a Adão,
foi a cena que eu vi,
a sensação que senti
foi de seca no Sertão.


Calafrios e calor
mortificavam os réus,
separados por uns véus,
que não divisei a cor,
tamanho foi meu pavor!
Mais ferozes que leões,
centenas de batalhões
impunham grandes penúrias
àquelas almas espúrias,
julgadas por corrupções.


Assustado com a cena,
de alma compadecida,
comecei minha descida
pra mostrar a contracena
mitigadora de pena:
- corruptor e corrompido,
por Jesus foi prometido,
basta se arrependerem
que, mesmo sem merecerem,
o mau será convertido!


Mas, quando cheguei à Terra
qual não foi minha surpresa,
era o prato na mesa
a injúria que desterra
o que a moral encerra!
Com presos matando presos
e brasileiros surpresos,
sem que ninguém faça nada,
a ONU está ligada
com os seus faróis acesos!


PFA/

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