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terça-feira, 3 de maio de 2016

Sem tremor não há temor

O prédio inteiro tremeu,
minha cadeira balançou,
olhei pra rua assustado,
meu coração disparou,
minha mulher deu um grito:
– O fim do mundo começou!

A gente se ajoelhou
e pediu clemência a Deus,
liguei para meus irmãos,
a mulher ligou pros seus
e pra um casal amigo
cujos filhos são ateus.

Dentre os amigos meus
uns poucos telefonaram
querendo me devolver
alguns livros que levaram
pra trazer no outro dia
mas que jamais se lembraram.

Os meus dois netos gritaram:
– O vizinho interfonou
pedindo muitas desculpas
pela encrenca que causou,
e também para dizer
que há muito nos perdoou.
                    
Mas quando o susto passou
tudo voltou ao normal,
continuam as encrencas,
não há crença divinal
e a birra dos parentes
continua tudo igual.

PFA/

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