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sexta-feira, 2 de maio de 2014

O pedinte





Eis tudo de que preciso:
pra viver, água e pão;
pra ganhar o paraíso,
fé, e amor no coração.


Seu olhar era lânguido, profundo,
o globo ocular roxo e fundo,
a face macilenta e enrugada,
com a textura bastante ressecada.

Os cabelos, sem trato, enrolados,
predominantemente esbranquiçados,
eram ásperos e umedecidos
e encobertos por trapos de tecidos.

Ninguém sabia qual era o seu nome,
só falava se tinha sede ou fome,
e apenas, pra pedir água ou pão.

Encontrado inerte na calçada,
trazia uma mensagem tatuada:
Só quero paz, e amor no coração.

PFA/

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