Translate

quinta-feira, 8 de setembro de 2022

Grinalda de sonetos - Poeta & poesia

 


I
A fonte do poeta se exauriu,
não há mais versos, rimas, poesias,
verdades, nem estórias, fantasias...
o seu estro mingou, secou, sumiu.

Não mais existe encanto nem tristeza
na música sombria do seu canto;
já não transmite amor, nem desencanto,
seu canto sem amor e sem beleza!

Igual a toco seco, sem guarida,
jaz inerte, sem vez, no fim da vida,
sem esperanças e sem perspectivas;

não lhe restam quaisquer alternativas,
silente aguarda pelo fogaréu
que há de vir consumar seu mausoléu!

II
Poeta é terno lago refletor
das alegrias e dores alheias,
sente correr nas suas próprias veias
o carmesim do amor e desamor.

Interprete de vários sentimentos,
exulta, chora, ri, se desencanta;
nem sempre faz sorrir, nem acalanta,
compartilhando amor, ou sofrimentos.

É árvore frondosa, verso toco,
artífice divino ou nobre broco,
quando tenta explicar o transcendente;

é estrela brilhante, luz cadente,
espantalho refém do amor perfeito
colorindo o Universo do seu jeito.

III
Filósofo de bares nas esquinas,
ave noturna fã da solidão,
amante das florestas e campinas,
escravo das razões do coração;

astrólogo que busca no luar
a sua inspiração para compor
e que tem no universo secular
o jardim donde brota cada flor;

artífice real das fantasias
dos fantásticos sonhos surreais,
equilibrista mor, super atleta

que pinta desamores e alegrias
com seus lápis e tintas irreais;
eis meu auto retrato de poeta!

PFA/28.01.2018

Nenhum comentário:

Postar um comentário