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quarta-feira, 29 de junho de 2022

Grinalda de Sonetos - Elisões. (Ver mais)



I

Elisões,  privilégio literário,
o clássico jeitinho brasileiro
para enriquecer qualquer celeiro
onde venha faltar vocabulário.

Privilegiadíssimo mosteiro,
tipo foro político templário,
onde todo poeta signatário
dá à ortografia seu roteiro.

Elisões, e licença à poética,
podem comprometer a dialética
no seu contexto mor universal.

Comodismo de ordem ortográfica
e vícios na linguagem  geográfica
estão sob a gramática geral.

II

Elisão tem mister facultativo,
fazer ou não fazer, eis a questão,
o poeta escolhe a opção,
inexiste padrão imperativo.

Seja qual for a sua decisão,
não lhe dê um teor definitivo,
pode surgir penhor alternativo
e você mudar de opinião.

Métrica, fiel à ortografia,
sonoriza melhor a poesia
e mantém o padrão da dialética,

entretanto, se há necessidade,
não há motivos pra diversidade,
aplique-se a métrica poética.

III

Independentemente dos seus planos,
evite comentários levianos,
seja atencioso e gentil,
honesto, cavalheiro e sutil.

Camonianos ou petrarquianos,
italianos ou parnasianos...
respeite os princípios do redil,
se quiser que respeitem seu perfil.

É prudente que seja comedido,
tudo tem o seu tempo definido,
hora pra chegar, hora pra sair...

Todo poeta sabe elidir,
a nenhum deles faça restrição,
evite falar sobre elisão.

PFA/


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