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sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

O toco e o vento (Ver mais)


 Vamos árvore, vê, estou soprando,
no entanto estás inerte, vai, balança!
 Senhor vento, seu sopro não me alcança,
por isso não estou mais balançando.

O tempo me feriu com sua lança,
até parece que estou delirando,
não vejo, não estou mais escutando
e a insensibilidade só avança.

Galhos e folhas, todos ressequidos,
são meus, porém estão adormecidos,
há muito que não nos comunicamos,

velhos e secos, nos divorciamos,
de árvore mãe, tornei-me só um toco,
um toco solitário, seco e broco.

PFA - 10.02.2022

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