Grinalda de sonetos - Babilônia - Soneto I

I

— Nabucodonosor e Babilônia

estão na vossa igreja, meu Senhor;

sobra arrogância, falta parcimônia...

aqui matamos em nome do amor!

Somos vara pro mundo secular,

cegos, surdos e mudos... esquecemos

do quanto precisamos melhorar

em vez de censurarmos o que vemos!

Falta-nos humildade e consciência,

enquanto nos fartamos de arrogância,

soberbos, vomitamos prepotência;

afastamo-nos de Cristo Jesus

e mergulhamos no mar da ignorância

abrindo mão do que Ele fez na Cruz.

II

— Filho, louva-me com solene amor,

tocando todos os teus instrumentos,

isto faz parte dos procedimentos

necessários em tempos de terror!

Confessa os teus pecados, sem temor,

esquece as mágoas e ressentimentos

e te livrarei dos constrangimentos

que fazem explodir teu desamor.

Escuta, filho meu, quando me ouvires,

Eu te darei as bênçãos que pedires,

pois permaneço atento à tua voz!

Por que preferes esta vida atroz

às benesses que insisto em te dar?

Vem e torna a ocupar o teu lugar!

III

— Senhor, são muitos os interessados
que se mantêm fiéis a Babilônia,
servindo a capitães alienados
que atuam sem pudor nem cerimônia.

Alheios aos preceitos ensinados,
não perdem uma noite, com insônia,
por descumprirem os ritos sagrados
e contrários à sua pandemônia.

Que fazer, Senhor, tende piedade,
fazei prevalecer Vossa vontade
perante a insensatez da fé profana

que, impiedosamente, nos engana
conduzindo-nos ao ades da miséria
enquanto satisfaz à vil matéria.


IV

— Filho, até quando vais comer capim,

não vês que estás próximo do fim?!

Desiste da malvada dependência

que te faz refém desta imprudência!

Enquanto podes, voltes para Mim,

não ponhas fogo no vil estopim

que, por certo, trará mais violência
produzindo terror e inclemência.

O tempo urge, precisas entender
que Sou o único Caminho verdadeiro,
Eu Sou a única saída pra viver,

só comigo terás vida abundante,
não tem outro Deus no Universo inteiro
que possa te assistir a cada instante.

V

— Prostrado, Senhor, rogo-Vos perdão,
não posso deixar de reconhecer
que somente em Vós tenho salvação,
ainda que sem méritos pra ter.

Entrego-Vos, pois, o meu coração,
reconhecendo que, sem merecer,
me agraciastes com uma mansão
aonde eternamente irei viver.

Impaciente espero, desde agora,
o evento final, quando chegar a hora,
em que serei levado para o Céu.

Sem pecados, sem dores... por troféu,
ao lado de Jesus irei morar,
por séculos sem fim, num mesmo lar.

PFA/