Translate

segunda-feira, 14 de outubro de 2019

C-IXC - Cordeneto I – Apresentação




Troco
Trocadinho
        




Cordeneto I – Apresentação

O propósito do híbrido “Cordeneto” visa acrescentar à literatura de Cordel um viés literário onde seja minimizado o estigma que pesa sobre ele em relação à elitização atribuída ao Soneto.
  
Configuração e metrificação

Cordeneto é composto por seis versões de Cordel, abordando um tema central, como se vê: uma sextilha fechada, uma septilha, uma oitava de quadrão, uma décima de sete sílabas (todos com sílabas tônicas nas posições 3 e 7);  um martelo agalopado (com sílabas tônicas nas posições padrão, isto é, 3, 6 e 10), um galope alagoano (com sílabas tônicas nas posições: 2, 5, 8 e 11); e, por fim, o temporão “Sonettelo” com doze versos   decassílabos (uma média entre os 14 versos do soneto e os 10 do martelo), sendo dois quartetos e dois dísticos alternados,  com sílabas tônicas nas posições 3, 6 e 10, de cada verso, e  rimas  AB/BA – AB –  CD/DC – CD.







Melodias

Como sabemos cada Cordel tem a sua melodia característica, o que não ocorre com o Soneto. A ideia é que o “Sonettelo” seja musicado com a melodia do Martelo de seis  versos, aplicada sobre a primeira e a segunda estrofes e repetida na terceira e quarta.

Cordeneto é uma ideia inédita e está registrado na Fundação Biblioteca Nacional a fim de que passe a fazer parte da história e do patrimônio cultural do Cordel de Caruaru.






                                 I

Sextilha 
(fechada – heptassílabo)

Cordeneto é poema
de essência popular;
versão nova do sistema
com vigência secular;
cordel e soneto, tema
do conjunto singular!

II

Septilha (redondilha maior – heptassílabo)

Arte, som e poesia
trazem à inovação
novidade e dinâmica
sem ferir a tradição,
rima e sonoridade
mantêm a prioridade
sem qualquer alteração.

III

Oitava (oito pés de quadrão – heptassílabo)

O modelo de Cordel,
conhecido por oitava,
se mantém como estava
na antiga convenção;
em essência, nada muda,
na versão do Cordeneto
Cordel anda com Soneto
nos oito pés de quadrão.




   

                                 IV

Décima (heptassílabo)

Nesta décima de sete,
assim como nas demais,
as propostas são iguais,
a história se repete.
Honras para quem compete
por usar bem os pincéis,
colorindo os papéis
com as tintas dos refis
que conservam os perfis
de sonetos e cordéis.

 V

Martelo agalopado (décima – decassílabo)

O martelo apenas compartilha
parte dos atributos naturais
que provêm dos redutos divinais
donde vem a beleza da sextilha;
igualmente ocorre à septilha,
pois, não sofre qualquer alteração,
o redil que procede doação
se mantém sem que nada se altere;
a virtude que dele se transfere
é reposta na mesma proporção.





                       VI

Galope alagoano (décima – hendecassílabo)

        Galope, soneto, cordel, melodias...
conjunto que une as tantas versões,
com mais vigor no cerne das tradições,
e faz do cordel mentor de alegrias.
Assim como se criam as fantasias,
nos pintam de santo ou de leviano;
podemos ser bom, tanto quanto profano,
as coisas têm o valor que lhes é dado,
portanto, quem toma o rumo errado
só volta após pagar por seu engano.

                              VII

 Sonettelo (soneto/martelo – decassílabo)

Ditam os padrões de modernidade:
cordelista, soneto, melodia,
rima, métrica e harmonia,
que transformam seis numa unidade

 donde brota cordel pluralidade
com beleza de uma sinfonia.

Como luzes que nunca se apagam,
cordeneto mantém as tradições,
mas difunde reais inovações,
se cordéis e sonetos se propagam

como néctar de pétalas que vagam
a procura de jovens corações!

PFA/


Nenhum comentário:

Postar um comentário