sexta-feira, 29 de janeiro de 2016
Soneto IX - Lembrança é vida
Há lembranças que teimo em esquecer,
mas, como vou mantê-las esquecidas,
elas, sequer, estão adormecidas
e me acordam a cada amanhecer;
são mais reais do que minhas verdades,
atrapalham as minhas empreitadas,
as minhas noites e as madrugadas
e se impõem às minhas vontades!
Para acrescentar o meu castigo,
ainda vem você buscar abrigo
onde escondo as suas lembranças,
e eu que alimentava esperanças,
acreditando que as esqueceria,
admito: sem tê-las, não sobreviria.
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