Intrusa que não é, porém está,
Como se fosse, entre o que há.
Dependente dos que são, estagnada,
Disforme, sem volume, não é nada.
O Sol, a planta, a sombra, a Terra;
A luz, o ser, o solo, e encerra!
Sombra é contingência, circunstância;
Está, não está, não tem importância!
Iguais às sombras, seres perambulam
Sem ter identidade, pois, simulam
Não ter o que têm, nem ser o que são.
É difícil obter-se consciência,
E portar-se com brio e decência,
Para fazer-se sombra, tendo ação.
PFA/22.10.2010