Perfis

h

— Perfil dos astros deste território:

caráter ilibado e cristalino,

requintado, sensato e paladino,

que faz acontecer, sem adjutório.

Como tantos, não passas de inquilino,

tens, aqui, um abrigo provisório

para que mostres o teu repertório,

do arrebol da tardinha ao matutino.

Mas, a tua virtude te sublima,

pouco a pouco tu vais entrar no clima,

teus méritos serão reconhecidos.

— Colóquio de "A" e "B", velhos conhecidos,

analisando o próximo redil

onde "B" mostrará o seu perfil.

PFA/

Espada da justiça (Ver mais)

Edificar castelos de ilusões

adornados com luzes e jardins,

disponibilizando "querubins"

para iludir incautos corações;

induzir para os mais pérfidos fins

tentando despertar vis emoções,

movidas por desejos e paixões

estimuladas por vinhos e afins,

eis o mister de ousados "arquitetos"

que têm por objetivos prediletos

explorar inocentes sonhadores.

Por sobre estes cruéis enganadores,

que a ambição pelo vil metal atiça,

há de pesar a espada da justiça.

PFA/

Bom senso amorável (Ver mais)

Durante a infinitude dos momentos

que fiquei te esperando na estação

rememorei o rol dos sofrimentos

que me causou a tua ingratidão. 

Porfiando, bom senso e coração

emaranhavam os meus sentimentos

inda confusos com a separação

que tanto me causou constrangimentos.

Ideias sem sentido e controversas

de alguns amigos em nossas conversas

sugeriam o fim deste romance.

— Tu não deves lhe dar mais outra chance,

o que ela te fez é imperdoável!

Mas, pra quem ama, tudo é perdoável.

PFA/

Não, um robe? (Ver mais)

— Jamais te ouvi dizer, sequer, um sim,

sentes prazer te ouvindo dizer "não".

Não sei como consegues atenção,

dizer e ouvir "não" é teu robe, enfim.

— Sempre recorres para negação,

tens orgasmos ao falar "não", por fim,

fazes do "não" o sim, com tanto afim

que dizer "não" te dá satisfação.

— Querem viajar? — Como "não"?! Partamos.

— São teus amigos?— "Não", são bem mais que isso!

— Querem ajuda? — Nós não dispensamos.

— Mel é doce? — "Não" há nada melhor!

— Teu limite é o Céu? "Não", passa disso.

Melhor você ficar? "Não" é pior.

PFA/

Buraco negro & Lirismo

A etérea imensidão desfigurada,

de uma abóbada azul monocromática,

deslumbrante porém frígida, estática,

configura a expansão não estrelada.

O amor e a poesia carismática

presenciam com a alma consternada

 a fogueira estrelar sendo apagada

pela excrescente luz assistemática.

Já não há menestréis apaixonados

recitando poemas inspirados

nas Plêiades, Orion e a Estrela Dalva.

Como poeta, eis minha ressalva:

saboreie o seu vil mercenarismo

mas respeite a poética e o  lirismo.

PFA/

Reverberes divinais (Ver mais)

Do pico da mais alta das montanhas,

soltei a voz em notas cristalinas

pra que reverberassem nas colinas

após surfarem nas suas entranhas.

Como sopro de brisas matutinas,

nas lembranças bucólicas antanhas,

os reverberes são teias de aranhas

sobre cascatas múltiplas divinas.

Levavam e traziam o teu nome,

amenizando a dor que me consome,

sonoríssimas notas musicais.

Reverberes são atos conjugais

em que a excentricidade dos amantes

se consolida em atos consonantes.

PFA/

Solfejos de gratidão (Ver mais)

As luzes do arrebol ao entardecer

colorem com matizes divinais

seus etéreos reflexos de cristais

em relutância contra o  escurecer.

Do terraço, contemplo os vegetais

que se preparam para receber

gotículas de orvalho e amortecer

o secume dos dias atuais.

A brisa, levemente refrescante,

atua como bálsamos divinos

contrapondo-se ao clima extenuante.

Do zoo, discretamente improvisado,

aves e esquilos são os inquilinos

que, após jantar, solfejam: obrigado!!!

PFA/21.08.2022

Próstata – Um câncer em Sonetos e Poemas (Ver mais)

(Métrica gramatical)

     

*Dieta super sadia (Ver mais)

(Métrica gramatical)

– Como vai a saúde? – Muito boa.

Quem anda mal sou eu. Coisa à toa!

Fui ao médico e... quase engrosso,

não devo comer, no entanto, posso:

pão, biscoito, cuscuz, ovos, filé,

manteiga, queijo, bolo e café,

farinha, arroz, carne e feijão,

gordura, pudim, doce, macarrão;

sorvete, picolé, refrigerante,

tempero, mulher, ou algo picante,

vinho, sopa, inhame, macaxeira,

sanduiche, açúcar... Só besteira,

posso tudo, porém, tudo faz mal,

menos: pepino e chuchu, sem sal!

PFA/29.05.2012

Tempo & Esperança (Ver mais).

 

Quantos dos seus projetos da matina

ficaram totalmente concluídos

antes de penumbrar a vespertina?

Tudo acontece nos ciclos devidos!

O tempo é dinamismo com rotina,

atos e fatos bem distribuídos,

não se antecipa, nunca procrastina

e independe de sonhos pretendidos.

Jamais se desespere com um não,

muitas vezes – Não. – é afirmação,

basta que seja bem interpretado.

O tempo tem seu curso programado,

quem, pacientemente, espera alcança,

creia, dê vigor à sua esperança!

PFA/14.08.2022

Cordeto Saudade

 

Mote de Nealdo Zaidan:

I

"é a presença da ausência

de quem não pode ficar."

II

Saudade é resiliência

que não se pode explicar,

"é a presença da ausência

de quem não pode ficar."

III

Eu vivo por dependência,

constrange-me confessar:

a saudade é contingência

dum vil plural singular,

"é a presença da ausência

de quem não pode ficar."

1V

Cada verso que componho

traz à luz o meu pesar,

é recalque de saudade

o que tento explicitar,

pois, seu teor, em essência, 

"é a presença da ausência

de quem não pode ficar."

V

Os poemas que eu faço, na verdade,

têm por tela de fundo relembranças

para as quais inexistem esperanças

de que tornem a ser realidade.

Diminui a saúde, aumenta a idade,

criando fatal clima singular

onde por mais que se tente negar

ninguém pode fugir da consequência

cujo eu "é a presença desta ausência,

surreal, de quem não pode ficar."

VI

É difícil, mas, eu vou resistir,

minha têmpera não pode ceder,

por mais que a dor tente corroer

o que juntos tentamos construir

eu jamais poderei retroceder,

juro por Deus que não vou desistir.

A saudade não vai se eternizar,

seja qual for a sua consistência,

pois é, na real, fútil excrecência

que pretende manter o seu lugar 

cujo eu "é a presença desta ausência,

surreal, de quem não pode ficar".

PFA/

Poesia (Ver mais)

Poesia transcende a versejar

– se parnasianismo, modernismo,

concretismo, além de qualquer outro "ismo"–,

é a arte de bem se comunicar.

É conseguir formar paralelismo

de linha curva com retangular

e com sua poética rimar

enfatuação com solidarismo.

Versos, métrica, rimas... embelezam

mas poetar consiste em transmitir:

ideias, sentimentos... que revezam

angústias, alegrias, ilusões...

bastando-lhe: ciência, ver, ou ouvir,

pra que transmita alheias emoções.

PFA/14.08.2022.

Barco existencial (Ver mais)

Se o seu barco estiver sendo atacado,

a proa destruída por canhões,

água no convés, fogo nos porões...

a luta pode só ter começado.

O final que se mostra anunciado

tem os matizes próprios das nações 

que enfrentando cruéis tribulações:

lutam com preces e labor dobrado.

As vozes do comando aqui na Terra,

somadas às bênçãos celestiais,

irão determinar o fim da guerra.

Seja perseverante, siga em frente,

pensar em desistir, nunca, jamais...

confie no Comandante Onipotente.

PFA/14.08.2022

Preito de gratidão (Ver mais)

Posto o penhor das minhas gratidões

pelas nobres curtidas registradas

em minhas poesias publicadas

após o sensor dos anfitriões.

Algumas são relíquias bem guardadas 

no velho baú de recordações,

são registros de ousadas emoções

que resistem a serem apagadas.

Meus quatro mil poemas e sonetos

são para mim  um forte lenitivo

contra conhecimentos obsoletos.

O conjunto reflete aprendizado

 constante, paulatino e progressivo

que, pelo ABRASSO, há de ser burilado.

PFA/11.08.2022

O andarilho da 232 (Ver mais)*.

 

 Na BR 232, vive indo ou vindo

com seu matulão preso no costado;

descendo o estradão ou mesmo subindo,

chova ou faça sol, come o seu bocado.

Eu sempre quis saber o seu destino,

pois, não se cansa de ir e nem de vir,

parece teimosia de menino

ou jegue quando cisma pra não ir!

Decidi. Parei e o cumprimentei.

Pareceu não entender o que indaguei!

Repeti: quer carona, donde vem?

Pensou e respondeu: – Venho do além.

Aliais, eu não venho, estou sempre indo

para o  mesmo lugar de onde estou vindo.

PFA/31.03.2012

Dantescos "cídios" tantos (Ver mais)

Nem tanto, nem tão pouco, sensatez!

Não à inquisição dos "teohomicídios",

mas legalizar os infanticídios?

Contrafação fascista, insensatez!

Que o Espirito conceda lucidez

pra se reprimir desde os suicídios

até beligerantes genocídios 

representados por: desonradez,

ignorância, miséria, escravidão,

fome, abuso, doença, corrupção...

impingidos por falsas lideranças.

Só com muito amor, fé, perseverança...

suporta-se os dantescos "cídios" tantos

que sufocam e causam  desencantos.

PFA/09.08.2022

Salve 7.SET.1822 e 13.MAI.1888... (Ver mais)

Vândalos e bufões, em profusão,

irão infernizar aquele dia;

fanáticos dirão que é parusia

e os idólatras a eles se unirão.

Se abrirão os portões da rebeldia,

com reverberes de fúria e agressão,

embrutecendo a fútil multidão

movida por voraz selvageria.

À penumbra, mudez e sofrimentos,

impostos pelos vis manifestantes,

somar-se-ão cruéis constrangimentos.

Prognósticos pra vil sociedade

infectada por vírus aviltantes

que destruirão nossa liberdade.

PFA/

Machão inteligente (Ver mais)

Eu sou mais resistente que granito,

se madeira, eu seria como lpê,

sou igual a xis, ípsilon e zê,

o troar dos trovões cede ao meu grito.

Sou astro do cinema e da tevê,

minhas dimensões ganham pro infinito,

tenho poder geral, amplo e irrestrito,

em todas as galáxias que se vê.

O deus Eros frequenta meu harém,

aos oitenta, não perco pra ninguém,

sou o quindim de todas as mulheres.

Igual às feras livres de coleira,

faço de tudo, menos a leseira

de discordar de nada que tu queres.

PFA/06.08.2022

O mister da ressurreição (Ver mais)

É, lê no SOS a chave do mister!

Ele, fagulha, gênio porfiante,

prestes a explodir a qualquer instante,

ela, um exemplo de mãe e mulher.

Ela, esposa perfeita, amiga amante,

sempre pronta pro que der e vier,

a companheira que todo homem quer;

ele, soneto de rima assonante.

Um rebento, apesar das circunstâncias,

foi o antídoto para as discordâncias,

mas não evitou a separação,

separação que a morte consumou,

mas que, conforme Cristo anunciou,

terminará com a ressurreição.

PFA/06.08.2022

Réquiem pra dois amigos (Ver mais)

Ela, flor, uma melífora mulher;

ele, fagulha, gênio porfiante,

prestes a explodir a qualquer instante,

um casal circunscrito num mister.

Ela, esposa perfeita, amiga amante,

sempre pronta pro que der e vier,

a companheira que todo homem quer;

ele, soneto de rima assonante.

Um rebento, apesar das circunstâncias,

foi o antídoto para as discordâncias,

mas não evitou a separação,

separação que a morte consumou,

mas que, conforme Cristo anunciou,

terminará com a ressurreição.

PFA/06.08.2022

Bolluciar III - Bollucidez! (Ver mais)

Bolluciar

Podem causar rachões bolluciares

quaisquer bolluciagens triviais

que afetem bollucios dos rivais

nos sagrados bollúcios siliares.

Bollúcio discidências são normais,

bolluciar exige que seus pares

bolluciem em vários patamares,

inclusive bollúcios radicais.

Um bollúcio ferido pode ser 

bollucível problema a resolver

numa posterior bolluciagem.

Bolluciar requer muita coragem,

bolluciência, amor, bollucidez...

bollucígenos contra insensatez.

PFA/05.08.2022

Bolluciar II - Bolúcios sísmicos (Ver mais)

Bolluciar

Ontem assisti uns bolluciados

estimulando alguns bolluciantes

com bolluciações beligerantes

pra bolluciar líderes togados.

Bolluciar quaisquer constragimentos,

que afetem os bollúcios de aliados,

bollucia os acordos formulados

nas bollúcias de vários segmentos.

Bolluciar pretensos benefícios

requer bolluciagens e artefícios

de eméritos chefões bolluciantes.

Bolluciem bem as suas propostas

o bolluciamento das respostas

 vai bolluciar astro e figurantes.

PFA/05.08.2022

Bolluciar I - Quebra cabeça (Ver mais)

Bolluciar

Para quem bolluciona seus redis:

há bolluciadores do arrebol

que bolluciam ir e vir do Sol

como quem bollucia seus perfis.

Quem bolluciar mi e si bemol

finda bolluciando maus refis

que bolluciariam peças vis

dos bolluciadores sem escol.

Se bolluciar faz bem a saúde,

os bolluciadores de ataúde

fazem bolluciagem perigosa.

Bolluciação de gente ardilosa

finda bolluciando com bons tratos

quem bollucia gatos e sapatos.

PFA/03.08.2022

O poeta e a morte (Ver mais)

O poeta desenha, esculpe e pinta,

sem usar tela, régua, nem pincel;

sem madeira, argila, nem cinzel,

massa, esquadro, solventes e nem tinta.

Basta-lhe apenas lápis e papel,

ciência das imagens que requinta,

que absorva, reinvente, sonhe e sinta,

pra que a matização seja fiel.

Fez da palavra seus arsenais bélicos,

em prol ou contra o papa e os evangélicos,

defende a paz e o amor, combate a guerra.

Adotou por Céu o planeta Terra

e enquanto o coração lhe der suporte

digladia-se pra vencer a morte.

PFA/