Vendo a terra um torrão,
Não tive outra opção!
Lágrimas do coração
Molharam aquele chão
Na hora da “partição”,
Mas, se chover, meu patrão,
Eu volto por meu sertão!
Por um pedaço de pão,
Varro e lambo o chão,
É a minha obrigação,
E a noite, em oração,
Rendo minha gratidão,
Mas, se chover, meu patrão,
Eu volto por meu sertão.
Distante do meu torrão,
Sujeito à escravidão,
Quando escuto um trovão
Confiro a direção
E apronto o matulão,
Pois, se chover, meu patrão,
Eu volto por meu sertão.
Dias mais dias se vão,
Piora minha aflição,
Mas, eis que ouço um trovão
E em meio à escuridão
Um raio abre um clarão,
É o sinal, meu patrão,
Vou voltar pro meu sertão!
PFA/21.05.2012
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