A mente do poeta está ferida,
sua amada partiu pra eternidade,
vítima do micróbio da saudade,
a sua alma respira combalida.
Diante da cruel realidade,
a lancinante dor da despedida
em lágrimas de amor é convertida
e relembrada com intensidade.
Interprete de alheios sentimentos,
o poeta se perde ao colorir
as próprias dores ou contentamentos.
Nos momentos de perda irreversiva
cambaleia ao tentar não admitir,
por exemplo, que a morte é finitiva.
PFA/21.08.24