I
Elisões, privilégio literário,
o clássico jeitinho brasileiro
para enriquecer qualquer celeiro
onde venha faltar vocabulário.
Privilegiadíssimo mosteiro,
tipo foro político templário,
onde todo poeta signatário
dá à ortografia seu roteiro.
Elisões, e licença à poética,
podem comprometer a dialética
no seu contexto mor universal.
Comodismo de ordem ortográfica
e vícios na linguagem geográfica
estão sob a gramática geral.
II
Elisão tem mister facultativo,
fazer ou não fazer, eis a questão,
o poeta escolhe a opção,
inexiste padrão imperativo.
Seja qual for a sua decisão,
não lhe dê um teor definitivo,
pode surgir penhor alternativo
e você mudar de opinião.
Métrica, fiel à ortografia,
sonoriza melhor a poesia
e mantém o padrão da dialética,
entretanto, se há necessidade,
não há motivos pra diversidade,
aplique-se a métrica poética.
III
Independentemente dos seus planos,
evite comentários levianos,
seja atencioso e gentil,
honesto, cavalheiro e sutil.
Camonianos ou petrarquianos,
italianos ou parnasianos...
respeite os princípios do redil,
se quiser que respeitem seu perfil.
É prudente que seja comedido,
tudo tem o seu tempo definido,
hora pra chegar, hora pra sair...
Todo poeta sabe elidir,
a nenhum deles faça restrição,
evite falar sobre elisão.
PFA/
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