Ao Sol raiar, tocou o telefone,
sonolento, atendi: — Alô, pois não!
— Alô, desculpa, sou eu, coração.
A sua voz soou como um ciclone.
— Se desligar, não tiro-lhe a razão,
nem se botar a boca no trombone.
Fale tudo que bem quiser, detone,
eu mereço qualquer acusação.
Analisando o quanto fui feliz
e as tantas crueldades que lhe fiz,
entendo que é difícil perdoar!
— Se é só isto que tens a me dizer,
em meu portão te peço não bater,
está como deixaste, é só entrar.
PFA/30.05.2022
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