HISTORICIDADE
EM
CORDEL
Pedro F.
Alves
Registrado na Fundação Biblioteca
Nacional
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COROA
DE CORDEL EM SEPTILHAS
Apresentação
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Septilha de Cordel – Uma das mais lindas composições da literatura de Cordel,
são sete versos de sete sílabas poéticas com métrica e rimas bem definidas.
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Coroa de Cordel em Septilhas
Esta composição, até onde sei, é
inédita e foi registrada na Fundação Biblioteca Nacional a fim de que
figure como parte da história do Cordel de Caruaru.
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A Coroa de Cordel em
Septilhas tem a seguinte formação:
– Quatro septilhas – I, II, III, IV –
formam o conjunto síntese que, por sua vez, dá origem a XIV estrofes
totalizando dezoito septilhas.
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– A septilha V tem início com o verso inicial da
primeira septilha (I)
e termina com o primeiro verso da segunda septilha (II) do conjunto síntese;
– A septilha VI tem início com o segundo verso da
primeira septilha (I)
e termina com o segundo verso da segunda septilha (II) e assim por diante, até que a septilha XI tem início com o sétimo verso da primeira septilha (II) e termina com o sétimo verso da segunda septilha (II) do conjunto síntese.
– Este mesmo processo se repete a partir da septilha XII até a XVIII em relação às estrofes III e IV do conjunto síntese.
COROA
DE CORDEL EM SEPTILHAS – I
“Jesus”
Conjunto Síntese
I
Jesus é o
primogênito
do Eterno Provedor,
semelhante a
Seu pai,
é supremo
redentor
do anverso e
do verso
no imenso
universo
do qual é o Criador.
II
De mulher e
do Senhor
teve sua procedência,
cuja graça é
patente
para Sua descendência,
no teor humanidade
confirmando a
deidade
na eterna
existência.
III
A suprema
providência
do
vicário sacrifício
que para Si
reclamou
foi divino
benefício
em favor dos
pecadores
tidos como
devedores
com seus
tantos malefícios.
IV
Não existiu
artifícios,
o calvário e
a cruz,
morte e
ressurreição,
Judas, Pedro
e Jesus,
são reais e
verdadeiros,
mas nem todos
são luzeiros
que refletem
paz e luz.
V
Jesus é o
primogênito
da essência do amor,
inspirado pela Luz
é eterno vencedor,
pois, jamais será vencido
mesmo que tenha nascido
de mulher e
do Senhor.
VI
Do Eterno Provedor
herdou luz e sapiência,
graça e misericórdia,
amor e onipotência;
para Sua formatura,
como
toda criatura,
teve sua procedência.
VII
Semelhante a
Seu pai,
Seu amor é diligente,
onde haja
sofrimento
Ele Se fará
presente,
aquecendo a
quem clama
com fulgor da
Sua chama
cuja
graça é patente.
VIII
É supremo
redentor
que perdoa insurgência,
motivada, a priori,
por fatal incompetência,
provocando dissabores,
desajustes e horrores,
para Sua
descendência.
IX
Do anverso e
do verso
é Senhor em igualdade
e jamais faz distinção
de qualquer realidade
que promova embaraço
e provoque descompasso
no teor
humanidade.
X
No imenso
universo
a
suprema unidade,m
de
humano e divino,
resplandece
a santidade
de Jesus
crucificado,
e depois
ressuscitado,
confirmando a
deidade.
XI
Do qual é o Criador,
uma linda referência,
ao redil universal,
e divina providência
relativa ao lugar
onde vamos habitar
na eterna
existência.
XII
A suprema
providência
pra vencer os malefícios,
naturais dos pecadores
com seus ásperos ofícios,
foi real e verdadeira,
sem qualquer falsa videira,
Não existiu
artifícios!
XIII
Do
vicário sacrifício,
que por morte se traduz,
as lembranças são reais:
a tardinha já sem luz,
os soldados
zombeteiros,
os deboches
corriqueiros,
o calvário e
a cruz.
XIV
Que para Si reclamou,
esta grave expressão,
dita com sutil frieza,
sintetiza a opção
feita pelo salvador
e confirma
Seu amor,
morte e
ressurreição,
XV
Foi divino
benefício
envolvendo uma cruz,
uma turba de incrédulos,
um crepúsculo sem luz,
uma mãe desesperada,
Caifás com sua cambada,
Judas, Pedro e Jesus.
XVI
Em favor dos
pecadores,
contumazes desordeiros,
Jesus Si fez doador
enfrentando bandoleiros
cujos sonhos de maldade,
horror e insanidade
são reais e
verdadeiros.
XVII
Tidos como
devedores,
alguns podem ser primeiros,
os algozes de Jesus
poderão ser jardineiros,
pra cuidar das Suas flores
há róis de
floricultores
mas nem todos
são luzeiros!
XVIII
Com seus
tantos malefícios,
os carrascos de Jesus
poderão sobreviver,
se antes virem na cruz:
sangue,
lágrimas e cravos
dando lugar a
doces favos
que refletem
paz e luz.
Fim.
PFA/
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