14 - Vô Luiz
Estava sempre no mesmo lugar,
num banco de madeira, sem pintar,
e contra qualquer tipo de agressão
mantinha uma bengala presa à mão.
A face contraída, feição dura,
escondiam purezas e candura
de um ser rude, mas sem qualquer maldade,
que ali chegara por fatalidade.
Cego desde o nascer, sem condição,
sem parentes ou quem lhe desse a mão,
o destino deu-lhe, como guarida,
pouso em Gravatá, pra findar a vida
desfrutando da paz tão desejada
mas sempre ausente em sua caminhada.
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