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segunda-feira, 24 de abril de 2017

Cruel indiferença


Ela sempre passava, todo dia,
às nove da manhã, pontualmente,
e com o seu jeitinho displicente
olhava para mim, mas não me via!

Ainda assim eu me alegrava
e na manhã seguinte, outra vez:
- pelo sim, pelo não, quiçá, talvez -
esperançoso eu a aguardava.

Anos a fio a sena se repetiu
até que, de repente, ela sumiu,
entretanto, jamais a esqueci!

Finalmente, depois de muitos anos,
encontrei-a no mar dos desenganos,
inda assim, fez que não viu que eu a vi.


PFA/

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