Soneto X – Calvário
O supremo poder onipresente
assumindo cumprir o seu destino
ante um mórbido algoz rude e ferino
a lhe impor sacrifício deprimente!
Além do corpo e membros lanceados,
a cabeça ferida por espinhos,
insultos descabidos e mesquinhos,
teve ainda mãos e pés cravejados.
– Água, eu quero água, tenho muita sede!
Ó meu Pai, por que me desamparaste?!
Onde estás? Perdão, não peço clemência!
– Ele insiste em clamar por água, vede!
– Ó Pai, pra tudo se cumprir, mandaste
o infinito maestro da ciência!
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