14 - Vô Luiz
Estava sempre no mesmo lugar,
Num banco de cimento sem pintar,
E, contra qualquer tipo de agressão,
Mantinha um cipó ao alcance da mão.
A face contraída, feição dura,
Escondiam pureza e candura
De um ser rude, mas, sem qualquer maldade,
Que ali chegara por fatalidade.
Cego desde o nascer, sem condição,
Sem parentes, ninguém que lhe dê a mão,
O destino deu-lhe como guarida
Gravatá, para que no fim da vida
Encontrasse a paz tão desejada,
Mas, sempre ausente em sua caminhada.
PFA/19.03.2012
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